Dieta tipicamente brasileira pode proteger o coração

19/02/2015 01:25
Trinta e quatro centros de referência no tratamento de doenças cardiovasculares, dente eles a UNIVALI, passaram a implementar, em todo o País, um estudo coordenado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital do Coração de São Paulo (HCor), com o apoio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi- SUS), a fim de prevenir e reduzir a reincidência de eventos cardíacos em pacientes com histórico de aterosclerose.

É o Programa Alimentar Brasileiro Cardioprotetor (DicaBR), que teve início, em 2011, como projeto piloto para avaliar, num primeiro momento, a eficácia de uma dieta tipicamente brasileira na redução de fatores de risco, entre eles hipertensão, índices elevados de colesterol total, LDL e triglicérides, bem como alterações de glicemia, peso e circunferência da cintura.

Atualmente, o programa está em sua segunda fase, que objetiva a efetividade da Dieta Cardioprotetora Brasileira na prevenção dos chamados “eventos cardíacos”: infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, doença arterial periférica, parada cardíaca, revascularização do miocárdio, angina instável.

A dieta é composta por nutrientes cardioprotetores distribuídos de forma equilibrada e de acordo com as necessidades de cada indivíduo, priorizando os alimentos mais comuns e acessíveis aos brasileiros. Entre eles, o consumo de frutas, verduras e legumes. As refeições privilegiam o alto teor de fibras, a baixa densidade de energia e o equilíbrio entre as gorduras poli, monoinsaturadas, saturadas e o colesterol. O estudo propõe uma adaptação da dieta europeia, substituindo alguns alimentos por opções encontradas em regiões de clima tropical, considerando ainda os hábitos culturais e os custos de sua continuidade pelos pacientes. A Dieta do Mediterrâneo é a única que, por meio de pesquisas na área de saúde e nutrição, mostrou, até o momento, efetividade na redução dos eventos cardíacos. Agora em todo o Brasil, o projeto Dica-BR almeja alcançar esse patamar com a implementação da terceira fase.

O retorno positivo trazido pela Dieta Cardioprotetora Brasileira na etapa do projeto piloto, desenvolvido com 120 pacientes do HCor, incentivou o Ministério da Saúde a estender o programa aos principais centros de referência no tratamento de doenças cardiovasculares. 

Eles colaboram na aplicação do projeto a 2.250 pacientes cardiopatas, que recebem acompanhamento de nutricionistas responsáveis por analisar os hábitos regionalizados de consumo e adaptá-los a uma dieta de prevenção a eventos cardíacos, cultural e economicamente acessível.

 

Autor/Fonte: RBS Fonte: Revista CFN Conselho Federal de Nutricionistas Nº 44 – 2014